11 de outubro de 2005

A maneira (certa) de dizer as coisas


Uma sábia e conhecida anedota árabe diz que, certa feita, um sultão sonhou que havia perdido os dentes. Logo que despertou, mandou chamar um adivinho para que interpretasse o sonho.

- Que desgraça, senhor! – exclamou o adivinho – Cada dente caído representa a perda de um parente de Vossa Majestade.

- Mas que insolente! – gritou o sultão, enfurecido.- Como te atreves a dizer-me semelhante coisa ? Fora daqui!

Chamou os guardas e ordenou que lhe dessem 100 açoites. Mandou que trouxessem outro adivinho e lhe contou sobre o sonho. Este, após ouvir o sultão com atenção, disse-lhe:

- Excelso senhor! Grande felicidade vos está reservada. O sonho significa que haveis de sobreviver a todos os vossos parentes. A filosofia do sultão iluminou-se num sorriso e ele mandou dar 100 moedas de ouro ao segundo adivinho. Quando este saía do palácio, um dos cortesãos lhe disse admirado:

- Não é possível! A interpretação que você fez foi à mesma que seu colega havia feito. Não entendo por que o primeiro ele pagou com 100 açoites e a você, com 100 moedas de ouro.

- Lembra-te, meu amigo – respondeu o adivinho -, que tudo depende da maneira de dizer as coisas.

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