12 de abril de 2006

Luciana Gimenez Entrevista Lula

Luciana Gimenez entrevista Lula
 
 
Luciana Gimenez - Presidente, como você perdeu o dedo?

Lula - Foi numa prensa mecânica.

LG - O que é isso, prensa mecânica?

Lula - É uma máquina assim que serve pra prensar e que funciona de maneira mecânica.

LG - Ah, tá. Agora entendi. E doeu?

Lula - Menina, eu tava com tanta cachaça na cabeça nesse dia que eu nem senti nada. Só quando eu olhei pra minha mão esquerda e vi que só tinha oito dedos que eu pensei: Ué, cadê os outros dois?

LG - E você ficou muito abalado?

Lula - Eu tive que repensar minha vida. Não dava mais pra conciliar o trabalho com o goró. Aí eu larguei o trabalho.

LG - Foi aí que você decidiu virar sindicalista?

Lula - Foi. Eu tava um dia jogando sinuca e o Biriba, um compadre nosso, falou que polícia tava metendo tudo que é sindicalista em cana. Como cana é comigo mesmo eu fui lá.

LG - E como é assim sair do nada e de repente virar ídolo nacional?

Lula - Olha, Luciana, eu acho que nós dois temos experiências parecidas. Eu comecei montando num jegue, e você começou montando num Jagger.

LG - E como é ser presidente? É legal?

Lula - Deixa eu dizer uma coisa pra você. Tem hora que eu fico sozinho lá no meu gabinete, olho praquelas parede, olho o jardim lá fora e penso: Rapaz, esqueci de comprar os produto de limpeza que a Marisa me pediu.

LG - Pra terminar eu queria que você dissesse uma palavra de esperança
pra quem tá assistindo a gente.

Lula - Vou dizer mais de uma. Eu estou convencido de que esse país tem jeito. A gente pode tá jogando futebol e de repente toma um gol, toma dois, toma cinco, tem dois jogador expulso, o goleiro é míope, o centroavante é perneta, o juiz é ladrão, o gandula demora pra trazer a bola, e a gente toma mais dois gol e mesmo assim a esperança de que tudo vai dar certo continua lá.

LG - Nossa, que profundo.

Lula - Eu acredito, Luciana. Eu estou convicto de que aconteça o que acontecer o amanhã sempre vai chegar.

LG - Bom, muitíssimo obrigada por ter vindo aqui. É o máximo falar com o
homem que governa o país.

Lula - Não tem de quê. Eu é que gostei muito de fazer o programa com você.

LG - Opa, peraí. Eu não faço programa.

Lula - Então tamo empatado. Eu também não governo o país.


 
 
RODRIGO FEIJÓ
 
"Povo que não tem virtude acaba por ser escravo!"
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