8 de agosto de 2006

Justiça cega, muda e surda


No RS acaba de se repetir um episódio semelhante ao dos Irmãos Naves, que chegou a render um premiado filme brasileiro. Os irmãos Naves foram acusados e presos por crimes que não cometeram.

Foi o que aconteceu com o gaúcho Juraci Oliveira da Silva, condenado a 18 anos de prisão. Ele acaba de ser libertado, três anos depois de recolhido ao presídio, porque seu advogado, o criminalista Vanderlúcio Braum, conseguiu provar que o "morto" não estava morto. Aliás, beneficiado pela "morte", o "morto" passou a delinqüir como nunca em Porto Alegre.

Esta história é real e é contada pela primeira vez
O caso começou no dia 13 de dezembro de 2001, na Ilha das Flores, em Porto Alegre, quando foi encontrado o cadáver de um homem desconhecido. O IML não conseguiu descobrir quem era o morto. Por foto de jornal (a foto de uma tatuagem do cadáver) a família de Cássio Michel Silva da Silva, um delinqüente, interessada em desviar a atenção da polícia, avisou que ele era o morto. O delegado do caso buscou o suspeito pelo pretenso assassínio de Cássio e prendeu-o, inquiriu-o e denunciou-o ao Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul. O MP RS recebeu a denúncia, processou-o e botou-o na cadeia. "Embora sem atestado de óbito e laudo de necropsia no nome de Cássio, o suspeito, Juraci Oliveira da Silva, foi condenado a 18 anos pelo assassinato", disse ontem à imprensa o advogado Vanderlúcio Baum.

Mas o "morto" estava vivo
Cássio Michel Silva da Silva era um delinqüente perigoso e sua morte foi comemorada. Seria ele o morto? Dois anos depois de "sepultado", Cássio Michel Silva da Silva assaltou Gilberto Pacheco em Porto Alegre, sendo denunciado, em seguida, por tráfico de drogas no bairro Restinga.

Salvo pelo gongo
O que acabou deslindando o caso foi o exame de DNA realizado pelo Instituto Geral de Perícias do RS, porque todas as contradições evidenciadas durante o julgamento, foram ignoradas. O processo só agora acaba de ser anulado pelo Tribunal de Justiça.

Juraci, ao ser solto no início deste mês, já tinha cumprido três anos de prisão, dos 18 que fora condenado.

Um comentário:

  1. Anônimo12:03 AM

    O que penso é que após o advogado ter libertado seu cliente por não haver materialidade, acabou por ser preso em flagrante e está respondendo processo em liberdade por ter trocado os cadáveres com a juda de funcionários do cemitério, e policias que armaram as ocorrências para se pensar que a vítima estava viva.

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E você, o que vc pensa a respeito???

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