27 de setembro de 2006

Ditadura, estado de sítio e outras arbitrariedadezinhas


Ontem, ouvi uma discussão fervorosa entre dois colegas de trabalho. Um petista doente (redundância!). O outro, ex-petista, afirmava sua desilusão com o ex-partido e condenava a demência de Lula, por ser Chefe de Estado, Chefe de Governo e dever, sim, saber de tudo, mas afirmar não saber de nada, como se isso o absolvesse.

Tudo começou quando nosso colega petista entrou na sala e viu na TV o Alkmin e disse que esse era o maior sem-vergonha e bandido da política brasileira.

O debate foi aberto. Depois quase virou tourada.

No final, já totalmente sem argumentos, o infeliz petista desabafou:

- "As eleições ou irão para o segundo turno e Lula perde ou Lula ganha na primeira e depois vão derrubá-lo. Pelo menos a ditadura vai voltar e os militares vão fechar o congresso."

Eu quase não acreditei no que ouvia. Lembrei do palanque de Lula há alguns dias construído em Porto Alegre, que impôs verdadeiro estado de sítio ao centro da capital gaúcha:

Sem consulta ou aviso prévio a qualquer autoridade municipal, o governo federal mandou agentes do Exército, Abin e Polícia Federal ocuparem a zona mais central de Porto Alegre para interditar as cercanias do Largo Glênio Peres, ao lado da prefeitura, para onde Lula e o PT programaram seu comício de encerramento da campanha eleitoral no RS. O PT resolveu montar o palanque no meio da avenida Borges de Medeiros, entre o Mercado Público e a prefeitura, impedindo o trânsito com tapumes, sem consultar e nem avisar ninguém. Foi um ato deselegante e grosseiro. Foi uma operação de guerra. O Paço Municipal foi submetido a verdadeiro estado de sítio. As autoridades locais foram constrangidas pelas restrições militares à livre circulação na área. O próprio acesso à prefeitura foi contingenciado de maneira autoritária e desrespeitosa. Nem o general Figueiredo se atreveu a tanto. O prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, do PPS, não tomou partido na eleição presidencial.

Na sexta-feira, o governador Germano Rigotto fez seu comício no mesmo Largo Glênio Peres, mas montou o palanque no meio da esplanada, sem prejudicar ninguém. Rigotto falou para um público de 15 mil pessoas, coisa que Lula e o PT dificilmente conseguem reunir em qualquer local, dado o nível de ebulição que atingiu o escândalo do dossiê, que compromete pessoalmente o presidente e o seu Partido, o PT.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

E você, o que vc pensa a respeito???

Compartilhe aqui o seu comentário:

Mais recentes