21 de novembro de 2006

O apagão aéreo desmonta o mito da eficiência do governo Lula


O apagão aéreo do governo Lula não assombra apenas pelo grau e profundidade, mas porque não é dado sinal algum de que o problema será resolvido. Os passageiros são severamente desrespeitados, as companhias aéreas sofrem perdas fantásticas e o ministro da Defesa, o imperturbável Valdir Pires só faz troça, porque só pode ser piada de mau gosto considerar que 700 atrasos em 1.400 vôos é índice de primeiro mundo. Dois dias depois de o Comando da Aeronáutica confirmar que instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar se a Associação de Controladores de Vôo estaria agindo como um "sindicato" - o que é proibido por lei - o ministro da Defesa saiu em defesa da categoria. "A associação não agiu como sindicato. Absolutamente. Eles têm uma parte civil que tem ampla liberdade. Esses é que me procuraram", comentou. Pires sempre insiste que na reunião para a qual convidou o presidente da associação (um sargento controlador), ele foi levado lá em um carro do próprio Comando da Aeronáutica, com conhecimento e autorização do comandante da força, e foi muito cauteloso na conversa.

Não se trata apenas dos prejuízos causados a passageiros e companhias aéreas, mas também ao conjunto da economia brasileira, agora tratada como qualquer república bananeira africana. Na primeira crise do apagão aéreo, Lula pegou seu avião e foi passear de sunga na Bahia, e neste segundo surto Lula pegou seu avião e foi de camisa vermelha fazer campanha eleitoral na Venezuela.

Há muitos anos temos visto normas internacionais acordadas pelo Brasil na ICAO (Organização Internacional de Aviação Civil) serem desrespeitadas e não cumpridas. Os mínimos operacionais de pessoal e de tecnologia esbarram no burocrático Ministério do Planejamento, que não autoriza a contratação de profissionais prevista em legislação internacional e nacional. Reiteradamente, temos visto o descaso e a imprevidência deste governo que não contrata, não aumenta salários e não investe em infraestrutura, pois isto não acrescenta votos no Nordeste.

O apagão aéreo desmonta o mito da eficiência do governo Lula. Mais importante do que isto é que a sociedade brasileira ainda não se deu conta de que o drama começou com a progressiva desmilitarização do controle aéreo, que o atual governo parece querer concluir de qualquer maneira.

Ontem, alguns vôos tiveram atrasos de até vinte horas.

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