11 de dezembro de 2006

Homeopatia para curar o caos


Pensar em Controle do Espaço Aéreo sem entendê-lo sistematicamente é como tentar curar um câncer com pomada. Solucionar o caos da aviação brasileira pensando que tudo o que se deve fazer é apenas melhorar as condições dos controladores de vôo é ignorar o SISCEAB - Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro.
 
A infra-estrutura aeronáutica se dedica a garantir a fluidez, regularidade e segurança da circulação aérea no país, gerenciando a movimentação de aeronaves, tanto militares quanto civis, no espaço aéreo de responsabilidade do Brasil - que não é só o território brasileiro, mas, também, sobre o Oceano Atlântico até as costas da África) e, simultaneamente, contribuindo para as tarefas inerentes à atividade de defesa aérea do nosso território.
 
Pensar apenas em solucionar o mal mais visível é não admitir que aviação se faz com a incorporação das atividades de gerenciamento de tráfego aéreo, meteorologia, comunicações, informações aeronáuticas, inspeção em vôo, cartografia e tecnologia da informação.
 
Ter a pretensão de solucionar o caos sem entender o Sistema é ignorar que esse aparelho se monta a partir da mobilização de profissionais de igual alto grau de formação, treinamento e aperfeiçoamento, tanto quanto nossos colegas controladores, e ignorar que os recursos humanos têm para o Sistema a mesma importância que os investimentos em logística, infra-estrutura e a manutenção dos auxílios à navegação aérea, aproximação e pouso.
 
Vendar-se para não enxergar a verdade que inexoravelmente se desacortina aos olhos da sociedade é também não entender que existem sustentáculos para a atividade de aviação civil e que vão bem além das torres de controle e que, se nós, brasileiros, destacamo-nos no cenário mundial entre as dez nações mais desenvolvidas e seguras para navegação aérea é em função da proficiência silente destes demais profissionais.

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