2 de novembro de 2008

Acelera bruto, Felipe Massa !

A gurizada desta geração não lembra. Talvez nunca tenham vivido a emoção. Pela primeira vez desde Senna, há 17 anos, um brasileiro disputa o título mundial de F1.
 
Eu comparo este momento ao que eu vivi em 1982 na Copa da Espanha. Passei a infância ouvindo falar do Pelé e do tri-mundial de 70, vencida no México. Lá pelos meus 6 anos, nunca sequer tivera a sorte de saber o que é ligar um televisor para torcer pelo Rei. Claro, vi Zico, Falcão, Sócrates e companhia, talvez a melhor equipe de futebol que este país jamais montou. Mas, não eram Pelé. O momento hoje é outro, e o esporte não tem nada a ver, mas os sentimentos se repetem.
 
Esta molecada internauta não faz idéia do que eram as manhãs de domingo dos anos 80 e início dos 90. Não viveram a adrenalina de saber (eu disse SABER) que se chovesse, era batata!, dava Senna. A gurizada até sabe de Z para A que o último brasileiro a se sagrar campeão mundial da Fórmula 1, em 1991, era uma espécie de deus neste país. Nunca acordaram cedo numa manhã chuvosa de inverno dominical só para torcer por Ayrton e não lembram das charges televisivas que brincavam com a imagem de super-heróis em batalha contra super-monstros, onde o Senna era nosso Superman, e o seu arquirrival, o francês Alain Prost era o temido Narigudinho que sempre era derrotado no final.
 
Mas na tarde de hoje, terão viva a esperança de cantarem o hino nacional com orgulho como eu fazia a cada vitória de Ayrton.
 
Porém, paira sobre Felipe Massa a nuvem negra de ter sete pontos a menos que Lewis Hamilton. Ele precisa terminar a corrida, no mínimo, na segunda posição, com o adversário inglês em oitavo. Se vencer, Massa ainda tem de torcer para o inglês ficar em sexto.
 
Contudo, mesmo que Felipe Massa "acelere bruto" diante dos olhos dos brasileiros, o inglês pode sagrar-se campeão da temporada 2008 pelos pontos de vantagem que tem.
 
Esta geração aí sabe que tem o melhor piloto, assim como tínhamos a melhor Seleção em 82. Então, creio que essa gurizada até vá até entender (e conformar-se) caso o campeonato mundial não seja nosso.
 
Afinal, sempre entendemos.

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