27 de julho de 2010

Pela ética ...

Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom. (Mateus 6:24)
 
Ontem, em Navegantes SC, ao iniciar a Assembleia, já fomos informados que em outras localidades a ampla maioria votou a favor, e o Acordo fora aprovado (fato este corroborado pelo espelho de contracheque disponível antes mesmo do final das votações). Lamentamos profundamente que o Acordo tenha vindo para a nossa Assembleia local já com votação escrutinada em outras localidades. Parece-me que a tão repugnante "boca de urna" - prática antidemocrática destinada, não a adiantar o resultado final de uma votação, mas a manipular a totalização dos votos em determinado sentido - seja algo que a gestão atual do SINA aceita, vil e expressamente. Mesmo assim, em voto vencido, optamos, quase que unanememente, contrários ao Acordo Coletivo 2010/2011.
 
É uma pena, sobretudo, ver que estamos vendidos a negociadores que servem a dois senhores. O SINA, entidade que se destinaria tão somente a defender a categoria de trabalhadores frente às questões capital e trabalho, é representada em sua chapa majoritária por diversos empregados detentores de cargos comissionados, ou seja, funções de confiança. Pergunto: como alguém que tem uma "função de confiança" - e destaque-se: de confiança do EMPREGADOR - pode defender, de forma imparcial, a categoria de empregados que o elegeu e, ao mesmo tempo, os interesses do empregador, que lhe confere uma vultosa gratificação salarial pela "função de confiança" que desempenha?

N
ão se trata de uma prática amoral, mas, isto, no mínimo, é uma questão de ética (ou de falta de ética, como queiram). A ética busca indicar o melhor modo de viver no cotidiano e na sociedade; busca fundamentar o bom modo de viver pelo pensamento humano.
 
Senhores, não sou a oposição ao capital. Não sou o pai dos pobres. Nada disso! Mas, se nas relações particulares a moral não é presente para todos, no serviço público ela é constitucionalmente imperiosa! E a ética, algo que deveria permear todas as áreas de nossa vida, é também obrigatória nas relações de trabalho, sobretudo, no serviço público.

O SINA precisa urgentemente de um código de ética.
Nosso Sindicato necessita urgentemente de um rol de impedimentos e suspeições. Não podemos inaugurar a segunda década do terceiro milênio representados por um sindicato que não possui como norma uma lista de critérios objetivos e subjetivos que tornem o negociador tecnicamente suspeito ou até mesmo impedido de interagir em nome de um ou de outro, dependendo das circunstâncias em que se encontre.

Para reflexão, evoco ao que nosso Mestre ensinou há dois milênios: "
Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom." (Mateus 6:24)

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