4 de julho de 2005

A Dança


Te amo sem saber como, nem quando, nem onde.
Te amo assim diretamente sem problemas nem orgulho:
Assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
senão assim deste modo que não sou nem és,
tão perto que tua mão sobre o meu peito é minha,
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.

Antes de amar-te, amor, nada era meu:
Vacilei pelas ruas e as coisas.
Nada contava nem tinha nome:
O mundo era do ar que esperava.

E conheci salões cinzentos,
túneis habitados pela lua,
hangares cruéis que se dependiam,
perguntas que insistiam na areia.

Tudo estava vazio, morto e mudo,
caído, abandonado, decaído,
tudo era inalienavelmente alheio,

tudo era dos outros e de ninguém,
até que tua beleza e tua pobreza de dádivas
encheram o outono.

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