29 de janeiro de 2008

Novos sites do Poder Judiciário

A partir de março de 2008, os endereços eletrônicos do Poder Judiciário serão padronizados.

Com a nova medida, o domínio a ser utilizado nos sites será o “jus“. Assim, para que o usuário acesse o site do STJ, por exemplo, ele terá que digitar: www.stj.jus.br. As informações a respeito das regras para a mudança de domínio bem como as tabelas que estabelecem os endereços eletrônicos estão na Resolução nº 45 de 17 de dezembro de 2007.

Com esta decisão, buscou-se garantir ao cidadão o acesso às informações de forma inequívoca, sem a necessidade de conhecer suas particularidades, sendo possível o uso de acentos, hífen e cedilha na escrita dos endereços eletrônicos. No que diz respeito aos certificados digitais emitidos pelo STJ com o domínio “”, poderão ser usados até o seu prazo final de validade. Decorrido o prazo, os novos certificados conterão o domínio do Judiciário “”.

Concursos Públicos federais com inscrições abertas em fevereiro de 2008

INSS
600 vagas de Analista do Seguro Social. Salário de R$ 2.243,78 (3º grau)
1400 vagas de Técnico do Seguro Social. Salário de R$ 1.989,87 (2º grau)
Inscrições até: 12/02/2008 às 23:59
Inscrições e Editais somente pela Internet no endereço:

http://www.cespe.unb.br/concursos/inss2007

Instituto Rio Branco
115 vagas para Terceiro Secretário da Carreira de Diplomata (3º grau)
Inscrições até: 14/02/2008 às 23:59
Edital e inscrição na página do concurso:

http://www.cespe.unb.br/concursos/diplomacia2008/

SEBRAE
20 vagas para Trainee, para profissionais recém-formados (3º grau). Salário de R$ 3.296,08
Inscrições até 15/02/2008 às 23:59
Edital e inscrição na página do concurso:

http://www.cespe.unb.br/concursos/SEBRAE2008/

Petrobrás
Várias vagas para Técnico de Operação Júnior (2º grau) e Técnico de Inspeção de Equipamentos e Instalações Júnior (2º grau) em vários pontos do país
Inscrições até 15/02/2008 às 23:59
Edital e inscrição na página do concurso:

http://www.cespe.unb.br/concursos/PETROBRASNM2008/

MRE - Ministério das Relações Exteriores
100 vagas de Assistente de Chancelaria (2º grau)
Inscrições entre 01/02/2008 às 10:00 até 24/02/2008 às 23:59
Edital e inscrição na página do concurso:

http://www.cespe.unb.br/concursos/mre2008/

17 de janeiro de 2008

Muito prazer, meu nome é Leitura

Intelectualmente falando, é abissal a diferença entre o que lê e o que não lê

 "A leitura é uma fonte inesgotável de prazer
mas por incrível que pareça,
a quase totalidade, não sente esta sede."
Carlos Drummond de Andrade



Vou relembrar uma velha história sobre Bill Gates, o criador da Microsoft, contada uma vez e outra por Luiz Carlos Prates. Dizem que quando ele (Bill) era criança, seu pai o obrigava a ler 10 livros durante as férias. Gates conta que desobedecia! Lia 20 livros!


Gosto desta história. Animador o exemplo do nerd jacu mais rico que tenho conhecimento. Não que o fato de ler tenha transformado Bill Gates em um dos homens mais ricos do mundo. Tão pouco estou afirmando que os estudiosos estão destinados ao sucesso e à riqueza e os analfabetos fadados à miséria. Longe disso, mas, nem tão longe assim.

Intelectualmente falando, é abissal a diferença entre o que lê e o que não lê. Estou falando do hábito da leitura mesmo. Quem lê articula melhor o pensamento, interpreta os aspectos positivos e negativos pelos quais se depara e expressa melhor seu posicionamento crítico em relação ao que interpreta. Enfim, quem lê sente dores igual a quem não lê, mas, com certeza, sofre menos.


Pessoalmente, meu gosto por livros é parecido com o gosto pela música. Sou bastante eclético. Leio de tudo, assim como escuto de tudo e deixo para o bom senso decidir o que é bom e o que não é. E assim como a música, os livros têm ocasião para ser apreciados. Gosto de música erudita, mas prefiro escutá-las quando viajo ou quando estou sozinho em casa, lendo ou estudando. Quanto àquelas músicas bregas, repetitivas, com muita métrica mas nenhuma poesia, simplesmente abomino e passo longe. Mais ou menos o que faço com os gêneros literários.

Não suporto livro de auto ajuda ou que falam da lei da atração universal. Para mim é marquetismo puro. Acho isso tudo um monte de amuleto inútil, perfeito para gente incapaz e depressiva, a que me minha pouca humildade não permite aceitar. Valem pelo fato de serem linguagem escrita. Mesmo assim, não os leio.

Na mesma toada, passo longe dos best sellers. Nunca fui de me moldar pelo normal ou pelo comum. O que todo mundo faz nem sempre é o mais correto. Isso vale para os best sellers.

Na adolescência, não resistia a um clássico literário. Todos eles: Machado de Assis, Érico Veríssimo, Monteiro Lobato, Aluisio Azevedo. Nestes clássicos, temas da na natureza humana como superação e motivação são desenvolvidos de forma magistral.


Atualmente, gosto daquelas histórias inesquecíveis, que envolvem amor, amizade, cumplicidade, honra, culpa, medo, superação e redenção, principalmente se esses temas são tecidos em cenários e circunstâncias que enriquecem o conhecimento histórico.

Bah! Em um bom lugar, ao som de uma boa música, então!

Fidel contradiz Lula

"Não desfruto da capacidade física necessária para falar diretamente aos moradores do município onde me inscreveram para as eleições do próximo domingo."

Fidel

Um dia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dizer que o presidente de Cuba Fidel Castro está "com uma saúde impecável", o próprio ditador Fidel assina um artigo no jornal oficial Granma dizendo que está muito fraco para fazer campanha eleitoral, explicando que por isso está escrevendo sobre o assunto, em vez de falar, como costumava fazer.

Então fica claro. A diferença entre o ditador cubano e o democrata brasileiro é que Fidel precisa escrever o que diz. Já, o que Lula diz... não se escreve.

Leia mais: BBC Brasil

16 de janeiro de 2008

"Mais bem" antes de verbos no particípio


Thaís Nicoleti de Camargo, colunista da Folha e da Folha Online, lembra um episódio protagonizado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que gerou um debate entre os estudiosos sobre o preconceito lingüístico no Brasil.

Na ocasião, FHC declarou que no partido ao qual ele pertence as pessoas sabem "falar direito" e terminou dizendo a frase:

"- Queremos brasileiros melhor educados, e não brasileiros liderados por gente que despreza a educação, a começar pela própria."

Segundo Thaís, o ex-presidente cometeu um deslize, pois na norma culta usa-se a construção analítica "mais bem" no lugar de "melhor" diante dos particípios. "Dessa maneira, teremos brasileiros mais bem-educados, não melhor educados", diz ela.

Ler mais >>

15 de janeiro de 2008

O verbete "CAUSAÉREO"

. Uma leitora do Conversa Afiada, que vive no mundo da Lua, me perguntou neste fim de semana: “o que significa ‘causaéreo’ ?” Achei o neologismo ótimo e tentei dar uma resposta:

Causaéreo: substantivo masculino;

. derivado de “caos” e “aéreo”;

. seção obrigatória dos jornais, revistas e telejornais da mídia conservadora (e golpista);

. no caso dos telejornais, deve ser pronunciado com expressão pungente e irada, ao mesmo tempo;

. substitui o que, no primeiro mandato do Presidente Lula, era “OcasoCelsoDaniel”;

. consiste em atribuir ao Presidente Lula a queda do avião da Gol (*) e a queda do avião da TAM (*2);

. sinônimo de inépcia, ineficácia, incompetência do Presidente Lula;

. antônimo de “o maravilhoso Governo de Fernando Henrique Cardoso”;

. o “causaéreo” tem data para acabar: 31 de dezembro 2010;

. o “causáereo” engloba tudo o que aconteça de errado na terra e no ar: nevoeiro, chuva torrencial, overbooking, privada de aeroporto entupida, Miriam Leitão perder o vôo, justificativa para manter a Miriam Leitão empregada – sobre o que mais ela tem a falar ? (*3)-, motim de controladores, seção de manutenção da TAM, o gabarito do Bahamas; engarrafamento em qualquer rua ou avenida de São Paulo que leve, a qualquer hora, a Congonhas ou a Guarulhos;

. manifestações do “causaéreo” – os slogans da passeata na frente do prédio da TAM, que diziam: “a sociedade exige respeito” e “Brazil é nosso (?)”; a campanha “Cansei” da OAB de São Paulo e da “elite branca” de São Paulo, cansada de perder eleição para Presidente;

. slogan da campanha do presidente eleito José Serra para antecipar a posse na Presidência da República.

(*) – Se o transponder do Legacy estivesse ligado teria havido “causaéreo” ?

(*2) – Se a revista Veja deste fim de semana estiver certa – e isso é apenas uma HIPÓTESE – o avião da TAM terá caído por causa do “causaéreo” ?

(*3) No fim de semana apareceu a edição da Veja; hoje de manhã, na CBN, a Miriam Leitão falou de: frio em São Paulo; a crise do mercado imobiliário americano; e do jogo Corinthians e Flamengo ...

Aguardo dos leitores do Conversa Afiada colaborações que enriqueçam o verbete “causaéreo”.

por Paulo Henrique Amorim

A partilha


Ontem aconteceu de novo. Já é o segundo caso na mesma empresa. Bandidos tentaram invadir uma transportadora de valores de São Paulo. A tentativa da noite passada restou frustrada. O tiroteio foi cinematográfico, mas graças a Deus, ninguém morreu, embora o caminhão-guincho utilizado para tentar arrombara uma parede do prédio da empresa tivesse sido alvejado por uma rajada de tiros. Como dito, ninguém se feriu, ainda bem.

Mas, o que mais chama a atenção nestes caso é que as quadrilhas estão se organizando e se especializando neste tipo de crime. Contam com um serviço de inteligência e sabem o local, o momento com maior número de dinheiro e menor risco de dar errado o golpe, a data e hora exatos para atacar.

Além da luz amarela que o ataque de ontem acendeu, o assalto anterior à empresa é quem mais me intriga. Naquela ocasião era madrugada e os assaltantes estouraram uma parede com uma bomba. As câmeras de segurança gravaram o momento em que cerca de quarenta funcionários contavam dinheiro. Fala-se que aproximadamente 15 milhões de reais foram roubados. Mas a polícia conseguiu matar os assaltantes e recuperar 4 milhões de reais.

É aí que um grilo passou a cricrilar na minha nuca:

"- Quatro milhões? Onde estarão os 11 (onze!!!) milhões restantes, já que a polícia matou os assaltantes e recuperou o dinheiro do assalto"?

Estridula, grilinho... porque toda vez que você trilar eu vou tentar te responder.

14 de janeiro de 2008

Faça o que eu digo...


Logo que foi derrubado o "Imposto sobre Cheques" (a CPMF), Lula afobadamente garantiu que nenhum pacote seria criado para compensar a perda anual de 40 bilhões de Reais que o imposto significava aos cofres do governo. Desmentindo o presidente, já no primeiro dia útil de 2008, a equipe econômica de Lula anunciou uma série de medidas para compensar a perda da CPMF. Os financiamentos ficaram mais caros a partir de agora, e quem mais vai sentir o impacto das medidas será quem usa cheque especial e faz compras no exterior com cartão de crédito, pois vai pagar mais Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Nesta onda de "metamorfose ambulante", o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, veio ontem, em rede nacional de rádio e televisão afirmar que que não há nada de grave na situação em relação à febre amarela e que a “situação está sobre controle e não existe risco de epidemia”. Ele informou, ainda, que há vacinas para toda a população, que “a demanda está muito grande, mas se faltar vacina em algum posto de saúde, o Ministério está remanejando as vacinas e rapidamente o estoque será reposto”.

Já, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta segunda-feira, em seu programa semanal de rádio "Café com o Presidente", que o Brasil não corre o risco de sofrer um apagão elétrico e alertou que "a questão energética vive de boatos". Afirmou ainda que "todo dia tem boatos de que vai acontecer isso, vai acontecer aquilo. O dado concreto é que o Brasil está seguro de que não haverá apagão e de que não faltará energia para dar sustentabilidade ao crescimento que nós queremos ter".

Ora, o Brasil passou pelo chamado "apagão" em 2001, quando houve forte estiagem e baixou muito o nível de água dos reservatórios das hidrelétricas, reduzindo a capacidade de geração dessas usinas. Houve interrupção de fornecimento de energia em algumas áreas e tiveram que ser contratadas usinas termelétricas de forma emergencial, o que aumentou o custo da eletricidade para o consumidor. Além disso, foi feito um plano de racionamento e uma campanha para a redução do uso de energia, em que os consumidores residenciais tinham que reduzir seu gasto em 20%. Foi criado ainda um encargo para pagar pelos prejuízos das companhias elétricas, chamado de Recomposição Tarifária Extraordinária (RTE), que ainda está sendo pago por parte dos consumidores.

Na mesma época, ainda no governo imprevidente de FHC, o então Ministro da Saúde José Serra afirmava que a Dengue estava controlada e que não haveria epidemia no país. Isso, em meio a uma epidemia no Rio de Janeiro que matou mais de 20 pessoas!

Os governos passam, mas a receita da vaidade é a mesma. O que é dito pelo Lula ou pelos seus cúmplices não se pode escrever. Aliás, nem se pode mesmo acreditar nas previsões lulistas.

Então, já que não tenho como fugir do aumento da IOF, estou, sim, providenciando a renovação da minha vacina contra a febre-amarela e pedindo a Deus para que chova muito, mas muito mesmo por aí.

A invenção da crise


Era o fim da tarde. Estava em casa sozinho e resolvi ver jogos do PAN-2007. Liguei a televisão e “caí” num canal que exibia um incêndio de imensas proporções enquanto a voz de um locutor dizia: “o governo matou 200 pessoas!”. Fiquei estarrecido e minha primeira reação foi típica de sul-americano dos anos 1980: “Meu Deus! É como o La Moneda e Allende! Lula deve estar cercado no Palácio do Planalto, há um golpe de Estado e já houve 200 mortes! Que vamos fazer?”.


Mas enquanto meu pensamento tomava essa direção, a imagem na tela mudou. Apareceu um locutor que bradava: “Mais um crime do apagão aéreo! O avião da TAM não tinha condições para pousar em Congonhas porque a pista não está pronta e porque não há espaço para manobra! Mais um crime do governo!”. Só então compreendi que se tratava de um acidente aéreo e que o locutor responsabilizava o governo pelo acontecimento.


Mudei de canal. E a situação se repetia em todos os canais: primeiro, a afirmação peremptória de que se tratava de mais um episódio da crise do "apagão aéreo"; a seguir, que se tratava de mais uma calamidade produzida pelo governo Lula; em seguida, que não se sabia se a causa do acidente havia sido a pista molhada ou uma falha do avião. Pessoas eram entrevistadas para dizer (of course) o que sentiam. Autoridades de todo tipo eram trazidas à tela para explicar porque Lula era responsável pelo acidente, etc...


Fiquei ainda mais perplexo: como o locutor sabia qual a causa do acidente, se esta só é conhecida depois da abertura da caixa preta do avião? Enquanto me fazia esta pergunta, angustiado eu desejava saber o que havia ocorrido, pensando no desespero dos passageiros e de suas famílias. O locutor, por algum motivo, mudou a locução: surgiram expressões como “parece que”, “pode ser que”, “quando se souber o que aconteceu”. E eu me disse: mas se é assim, como ele pôde dizer, há alguns segundos, que o governo cometeu o crime de assassinar 200 pessoas?


São poucos os assuntos que eu conheço profundamente, e quando esses assuntos são abordados na televisão é inevitável que eu seja crítico. Sempre que vejo um repórter falar do Exército Brasileiro, das Forças Armadas, de algum Assunto Jurídico ou de qualquer fato ligado à aviação me dá aquele arrepio nos dentes de tanto nojo. Trazem sempre os besteiristas de plantão para falar asneiras para o povo. Logo aparecem os "especialistas". Seja um psicólogo para dar opinião, seja um advogado para falar sobre perdas e danos, seja um "especialista em aviação" (quem souber que curso é este me avise porque ele ainda falta no meu currículo). Sem tirar os olhos da TV crescia o meu asco em relação à midia que eu romanceava tanto. Aquela mídia que um dia eu sonhei, infelizmente, está fadada ao sensacionalismo. Parei para pensar que papel desempenhou a mídia brasileira – especialmente a televisão – na "crise aérea"?


De todo o aparato espetacular de exploração da tragédia e de absoluto silêncio sobre a empresa aérea TAM (que conta em seu passivo com mais de 10 acidentes entre 1996 e 2007, incluindo o que matou o próprio dono da empresa!),  o que me deixou paralisado foi o instante inicial do “noticiário”, quando vi a primeira imagem e ouvi a primeira fala, isto é, a presença da guerra civil e do golpe de Estado. A desaparição da imagem do incêndio e a mudança das falas nos dias seguintes não alteraram minha primeira impressão: a grande mídia foi montando, primeiro, um cenário de guerra e, depois, de golpe de Estado. E, em certos casos, a atitude chega ao ridículo, estabelecendo relações entre o acidente da TAM, o governo Lula, Marx, Lênin e Stálin, mais o Muro de Berlim!!!


Lógico que quem me conhece sabe o que eu penso: não absolvo nem a LULA nem à sua quadrilha institucionalizada. Mas, também não se pode lançar sobre o governo atual toda a culpa de uma crise inventada a partir do desastre com o GOL como se aquele acidente fosse o estopim da crise.


A mídia definiu uma cronologia para a crise aérea dando-lhe um começo no acidente da GOL, quando se sabe que há mais de 15 anos o setor aéreo vem tendo problemas variados. Em contrapartida, a reação do Governo Lula à atuação da mídia nesse episódio foi fraca e decepcionante, como no caso do mensalão. Demorou para se manifestar. Quando o fez, se colocou na defensiva.


O que teria sido politicamente eficaz e adequado, já na primeira hora, era entrar em rede nacional de rádio e televisão e expor à população o ocorrido, as providências tomadas e a necessidade de aguardar informações seguras. o contrário disso, vi o ex-Presidente da Infraero tacitamente chamando para a Empresa a responsabilidade do acidente, ao desastrosamente definir a morte de 200 pessaos como um "pepino" que precisava ser descascado, cozido, cortado...


Todos os dias, no chamado “horário nobre”, entrar em rede nacional de rádio e televisão, expondo as ações do dia não só no tocante ao acidente, mas também com relação às questões aéreas nacionais, além de apresentar novos fatos e novas informações, desmentindo informações incorretas e alertando a população sobre isso.


Mobilizar os parlamentares e o PT para uma ação nacional de informação, esclarecimento e refutação imediata de notícias incorretas.


Mas, o que mais impressionou nisso tudo foi a velocidade com que a mídia determinou as causas do acidente, apontou responsáveis e definiu soluções urgentes e drásticas!


Relatar que ficou atrasado em saguão de aeroporto tudo bem, mas dizer o que "acha" já é leviandade que o brasileiro ainda sente prazer em destilar. Vi, por exemplo, uma ex-top model apresentadora de um programa matinal de variedades falar a respeito da crise. Referia-se à parte dianteira do avião como "bico" - talvez numa infeliz tradução do inglês "beak" - ao que nós, ESPECIALISTAS, chamamos simplesmente de "nariz".


Preciosismo meu? Pode ser, mas mesmo em meio àquele certo ócio governamental, minhas reflexões advogavam um pouco para o diabo. Certamente, por estar diretamente envolvido com a "crise" e trabalhando diariamente no meio do olho do furacão. Ora, seria até infantilidade minha acreditar no que a mídia me dizia.


Sobretudo, acho que vale a pena lembrar o essencial: Desde o governo FHC, há o projeto de privatizar a INFRAERO e o acidente da GOL, mais a atitude compreensível de auto-proteção assumida pelos controladores aéreos foi o estopim para iniciar uma campanha focalizando a incompetência governamental, de maneira a transformar numa verdade de fato e de direito a necessidade da privatização. É disso que se trata no plano dos interesses econômicos.


No plano político, a invenção da crise aérea simplesmente é mais um episódio do fato da mídia e certos setores oposicionistas não admitirem a legitimidade da reeleição de Lula, vista como ofensa pessoal à competência técnica e política da auto-denominada elite brasileira. É bom a gente não esquecer de uma afirmação paradigmática da mídia e desses setores oposicionistas no dia seguinte às eleições: “o povo votou contra a opinião pública”.


Eu acho essa afirmação o mais perfeito auto-retrato da mídia brasileira!


Do ponto de vista da operação midiática propriamente dita, é interessante observar que a mídia:


a) não deu às greves dos funcionários do INSS a mesma relevância que recebem as ações dos controladores aéreos, embora os efeitos sobre as vidas humanas sejam muito mais graves no primeiro caso do que no segundo. Mas pobre trabalhador nasceu para sofrer e morrer, não é? Já a classe média e a elite... bem, é diferente, não? A dedicação quase religiosa da mídia com os atrasos de aviões chega a ser comovente...


b) noticiou o acidente da TAM dando explicações como se fossem favas contadas sobre as causas do acontecimento antes que qualquer informação segura pudesse ser transmitida à população. Primeiro, atribuiu o acidente à pista de Congonhas e à Infraero; depois aos excessos da malha aérea, responsabilizando a ANAC; em seguida, depois de haver deixado bem marcada a responsabilidade do governo, levantou suspeitas sobre o piloto (novato, desconhecia o AIRBUS, errou na velocidade de pouso, etc.); passou como gato sobre brasas acerca da responsabilidade da TAM; fez afirmações sobre a extensão da pista principal de Congonhas como insuficiente (deixando de lado, por exemplo, que a de Santos Dumont e Pampulha são menores);


c) estabeleceu ligações entre o acidente da GOL e o da TAM e de ambos com a posição dos controladores aéreos, da ANAC e da INFRAERO, levando a população a identificar fatos diferentes e sem ligação entre si, criando o sentimento de pânico, insegurança, cólera e indignação contra o governo Lula. Esses sentimentos foram aumentados com a foto de Marco Aurélio Garcia e a repetição descontextualizada de frases de Guido Mântega, Marta Suplicy e Lula;


d) vem deixando em silêncio a péssima atuação da TAM, que conta em seu passivo com mais de 10 acidentes, desde 1996, três deles ocorridos em Congonhas e um deles em Paris – e não dá para dizer que as condições áreas da França são inadequadas! A supervisão dos aparelhos é feita em menos de 15 minutos; defeitos são considerados sem gravidade e a decolagem autorizada, resultando em retornos quase imediatos ao ponto de partida; os pilotos voam mais tempo do que o recomendado; a rotatividade da mão de obra é intensa; a carga excede o peso permitido (consta que o AIRBUS acidentado estava com excesso de combustível por haver enchido os tanques acima do recomendado porque o combustível é mais barato em Porto Alegre!); etc.    


e) não dá (e sobretudo não deu nos primeiros dias) nenhuma atenção ao fato de que Congonhas, entre 1986 e 1994, só fazia ponte-aérea e, sem mais essa nem aquela, desde 1995 passou a fazer até operações internacionais. Por que será? Que aconteceu a partir de 1995?


f) não dá (e sobretudo não deu nos primeiros dias) nenhuma atenção ao fato de que, desde os anos 1980, a exploração imobiliária (ou o eterno poder das construtoras) verticalizou gigantesca e criminosamente Moema, Indianópolis, Campo Belo e Jabaquara. Quando Erundina foi prefeita, lembro-me da grande quantidade de edifícios projetados para esses bairros e cuja construção foi proibida ou embargada, mas que subiram aos céus sem problema a partir de 1993. Por que? Qual a responsabilidade da Prefeitura e da Câmara Municipal?


Bem. Dias depois, a mídia passou a dividir espaço com o fim do PAN-2007. Os traficantes "voltaram" para o RIO (pois durante o PAN eles foram guardados pela mídia em algum cofre, cujo segredo só o Bonner conhecia.


Eu, um guri que sonhava em ser repórter um dia, vejo hoje na mídia um monte de meros repassadores de fofocas ao invés de um formadores de opiniões que pintam o meu nariz de vermelho e depois, com cara deslavada e voz grave dizem "Boa noite"!

11 de janeiro de 2008

Quem somos?

"Para saber quem somos, basta que se observe o que fizemos da nossa vida. Os fatos revelam tudo, as atitudes confirmam"

Martha Medeiros

Esse Orkut, bem utilizado, pode ser mesmo uma maravilha. Em poucos anos que utilizo, procuro amigos que a vida impôs distâncias. Geralmente encontro. Muitas são as gratas surpresas de reencontrar pessoas que fizeram muito sentido em minha vida e já se foram ou ficaram na mesma cidade (fui eu quem parti).

Reencontrar pessoas é como olhar fotos antigas num álbum. Ninguém tira fotos de momentos ruins, e as fases boas da vida vão passando na frente dos nossos olhos como num telão de plasma.

No Orkut, transformo-me num cara odiado em uma comunidade ao criticar uma cidade. Ao mesmo tempo passo a ser adorado ao lisongear alguém que mal conheço.

No Orkut é assim.

Quem é você? Do que gosta? Em que acredita? O que deseja? Dia e noite somos questionados, e as respostas costumam ser inteligentes, espirituosas e decentes. Tudo para causar a melhor impressão aos nossos inquisidores. Ora, quem sou eu. Sou do bem, sou honesto, sou perseverante, sou bem-humorado, sou aberto - não costumamos economizar atributos quando se trata da nossa própria descrição. Do que gostamos? De coisas belas. No que acreditamos? Em dias melhores. O que desejamos? A paz universal.

Enquanto isso, algo nos revira o estômago e a gente faz aquela cara de nojo. É muita santidade para um pobre-diabo, ninguém é tão imaculado assim!

A despeito do nosso inegável talento como divulgadores de nós mesmos e da nossa falta de modéstia ao descrever nosso perfil no Orkut, a verdade é que o que dizemos não tem tanta importância. Para saber quem somos, basta que se observe o que fizemos da nossa vida. Os fatos revelam tudo, as atitudes confirmam. O que você diz - com todo o respeito - é apenas o que você diz.

Entre a data do nosso nascimento e a desconhecida data da nossa morte, acreditamos ainda estar no meio do percurso, então seguimos nos anunciando como bons partidos, incrementamos nossas façanhas, abusamos da retórica como se ela fosse uma espécie de photoshop que pudesse sumir com nossos defeitos. Mas é na reta final que nosso passado nos calará e responderá por nós.

Quantos amigos você manteve. Em que consiste sua trajetória amorosa. Como educou seus filhos. Quanto houve de alegria no seu cotidiano. Qual o grau de intimidade e confiança que preservou com seus pais. Se ficou devendo dinheiro. Como lidou com tentativas de corrupção. Em que circunstâncias mentiu. Como tratou empregados, balconistas, porteiros, garçons. Que impressão causou nos outros - não naqueles que o conheceram por cinco dias, mas com quem conviveu por 20 anos ou mais. Quantas pessoas magoou na vida. Quantas vezes pediu perdão. Quem vai sentir sua falta. Pra valer, vamos lá.

Podemos maquiar algumas respostas ou podemos silenciar sobre o que não queremos que venha à tona. Inútil. A soma dos nossos dias assinará este inventário.

Fará um levantamento honesto. Cazuza já nos cutucava: suas idéias correspondem aos fatos? De novo: o que a gente diz é apenas o que a gente diz. Lá no finalzinho, a vida que construímos é que se revelará o mais eficiente detector de nossas mentiras.

à minha melhor amiga da adolescência, Tati, que
reencontrei dias desses no Orkut...

2 de janeiro de 2008

Revéillon 2008

Quase meio milhão de pessoas celebram a virada do ano em Balneário Camboriú

Cerca de 480 mil pessoas estiveram presentes no maior revéillon de Santa Catarina, em Balneário Camboriú. A Praia Central ficou lotada por turistas e residentes para celebrar a virada do ano novo.

As casas noturnas da cidade e região estiveram lotadas, com destaque para a festa do Warung na Praia Brava. As atrações da melhor danceteria do Brasil foram a dupla de DJs da Alemanha 16 Bit Lolita's e o DJ Argentino Deep Mariano.

E as esperanças se renovam:

Queima de fogos é cancelada para preservar tranqüilidade de corujas

Foi em Capão da Canoa, no litoral do Rio Grande do Sul. A queima de fogos foi cancelada cinco minutos antes da meia-noite para preservar a paz de uma família de corujas instalada há 20 dias na areia.

Nota 10
Para a patrulha ambiental que não fez nada além da sua obrigação... é para isso que vamos trabalhar os próximos 145 dias: PARA PAGAR IMPOSTOS e sustentar a máquina governamental!

Nota ZERO
Para o Prefeito JAIRO MARQUES e Secretaria de Turismo de Capão da Canoa. Ora, tradicionalmente a Prefeitura passa o ano inteiro se preparando para receber o veranista, em detrimento da população local... e na festa de ano novo conseguiram fazer o mais improvável e o mais impossível, que foi negligenciar a festa a ABSOLUTAMENTE TODOS que esperavam por 2008 à Beira-Mar!

ver vídeo >>

1 de janeiro de 2008

Cortar o tempo

Quem teve a idéia de em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente...

Carlos Drummond de Andrade

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