23 de fevereiro de 2006

Folia


Entrando no clima do

carnaval  pernambucano...

MADEIRA QUE CUPIM NÃO RÓI
                                                                   Capiba

Madeira do Rosarinho
Vem a cidade sua fama mostrar
E traz com seu pessoal
Seu estandarte tão original
 
Não vem prá fazer barulho
Vem só dizer... é com satisfação
Queiram ou não queiram os juizes
O nosso bloco é de fato campeão

E se aqui estamos, cantando esta canção
Viemos defender a nossa tradição
E dizer bem alto que a injustiça dói
Nos somos madeira de lei que cupim não rói.

22 de fevereiro de 2006

Deus e o diabo na terra do som


Quem fez o melhor show, afinal: Stones ou U2?
Shows dos Rolling Stones e do U2 no Brasil mostraram duas vertentes do rock - uma virtuosa e outra profana.

Em apenas três dias, o país assistiu a apresentações das duas maiores bandas de rock do planeta: no sábado, os Rolling Stones tocaram na praia de Copacabana; na segunda, foi a vez de São Paulo ouvir o U2 (o grupo irlandês também se apresentaria ontem à noite na capital paulista, no Estádio do Morumbi). Ambos são sóis de primeira grandeza - mas a energia que alimenta os grupos de Mick Jagger e Bono é de natureza totalmente distinta.

Na segunda-feira, dia do primeiro concerto do U2 em São Paulo, 73 mil pessoas reuniram-se para ouvir e cantar 23 músicas do quarteto, em 2h18min de celebração - que tinha muito de show de rock, bastante de missa pop e uma boa parte de teatro multimídia. O gigantesco palco (com 60 metros de largura por 25 de altura e um telão de 40 metros de altura ao fundo) foi o cenário para a catarse coletiva comandada pelo vocalista Bono, pelo guitarrista The Edge, pelo baixista Adam Clayton e pelo baterista Larry Mullen Jr.

Na megacomunhão proposta pelo U2, o palco não serve apenas para que os músicos toquem: também é palanque para a exposição de questões político-sociais como a luta pelos direitos civis, o combate à fome no mundo e a denúncia do militarismo - defendidas por Bono ao microfone e ilustradas por vídeos e palavras de ordem nos telões. Curiosamente, dois dias antes, no Rio, um público estimado em 1,2 milhão de pessoas também se reuniu para ouvir as mensagens de um venerável grupo de rock - a diferença é que o som dos Rolling Stones passa ao largo de qualquer engajamento.

Cantando a busca por prazer (Satisfaction), a farra em companhia de garotas (Start me up, Honky tonk women) e a própria falta de pretensão de sua música (It's only rock'n'roll), Mick Jagger e companheiros são os avós dos roqueiros malcomportados. Surgidos há mais de quatro décadas, quando o conceito de politicamente correto ainda não existia e a contracultura não ia muito além do desbunde, os Rolling Stones estão ligados ao lado rebelde, inconseqüente e hedonista da cultura jovem. Já o U2, desde o início dos anos 80, tem colocado o vigor de sua música a serviço de letras que cantam mais do que a procura de uma gata para o sábado à noite. Se a banda americana The Strokes pode ser vista como um fruto colhido no pé dos Stones, os ingleses do Coldplay só existem por causa do U2.

Cada um a seu modo, porém, os frontmen de ambos os grupos tentaram se comunicar com suas platéias brasileiras: apesar de apartado do povão pelos privilegiados das áreas VIP, Jagger chamava todos para a orgia em Copacabana; cercado por fãs comuns convidados a ficar no restrito espaço em frente ao palco, Bono apelava para a consciência no Morumbi. Jagger vestiu fraque e chapéu e pediu Sympathy for the devil, Bono deixou um terço no microfone antes de sair do palco.

Quem fez o melhor show, afinal: Stones ou U2?
Talvez nem valha a pena perguntar - existe espaço no palco tanto para os endiabrados quanto para os bonzinhos.

Celebridade


De Volta Redonda para o mundo
Bastou a bancária Katilce Miranda, 28 anos, subir ao palco do show do U2, na noite de segunda-feira, em São Paulo, para que se transformasse em um fenômeno de popularidade no Brasil.

Um fio de cabelo de Katilce Miranda valia ontem R$ 300 na Internet. Espera-se que a oferta seja o que parece, uma das bobagens que são contadas todos os dias na rede.

Mas ela comprova a euforia que se formou em volta da bancária de Volta Redonda, Rio de Janeiro, que virou celebridade depois de ter Bono Vox colado às suas pernas no palco do Morumbi, na segunda-feira à noite, durante a música With or without you. No fim, não satisfeita em alisar o cabelo suado do vocalista, a morena lhe tascou um selinho na boca.

Sorte? Muita. Mas só no dia seguinte Katilce saberia o que aqueles instantes lhe renderiam. A primeira descoberta foi que não há mais anonimato no mundo dos reality shows e dos diários eletrônicos.

A página de Katilce, 28 anos, no Orkut (site de relacionamentos na Internet) tinha até ontem à noite cerca de 250 mil recados - e os scraps não paravam de chegar. Muita gente dando parabéns, outros tantos tirando uma onda com o marido da moça - que deu o ingresso do show de presente para ela e, segundo avaliação dos internautas, foi traído em frente a milhões de espectadores.

No perfil no Orkut, Katilce diz que se acha uma "mulher bacana". Leonina, ela confessa que adora falar besteira. No Orkut, conta 136 amigos e finaliza demonstrando que seu filho, Caio, está acima de tudo.

- Fiz muita coisa na vida, não houveram (sic) disperdícios (sic), mas, nem tudo foi perfeito. Me arrependo de algumas coisas que fiz. Meu filho é tudo pra mim.

Entre os boatos que rolaram, Katilce já é cotada para estrelar comerciais, e alguns pedem suas curvas nas páginas de revistas masculinas.

Durante uma entrevista ao Jornal Nacional, ontem à noite, ela ainda estava emocionada com o feito:

- Não vou esquecer nunca mais, vou morrer, vou virar na cova e vou me lembrar disso.



Bonita ou feia?
Em meio a gente que cumprimentava Katilce ou gabava-se por conhecê-la, havia quem reproduzisse na Internet também uma questionável indignação pós-show. O título de uma comunidade criada na madrugada resumia alguns dos piores comentários:

- Katilce Miranda é gorda.

Pura dor-de-cotovelo, claro. Na lista de impropérios, consta baranga, feia, anta e outros adjetivos não-publicáveis.

Mas há quem discorde. Até a noite de ontem, pelo menos três comunidades no Orkut, totalizando cerca de 200 integrantes, pediam que a morena sortuda se exibisse nas páginas da Playboy.

A melhor resposta de Katilce já estava na sua página antes mesmo de sua súbita fama. Basta conferir algumas de suas comunidades: "Antes de criticar, me supere", "Te perguntei alguma coisa?" e, melhor ainda, "Dá licença? Deixa eu ser feliz".


O bom marido
Em Volta Redonda, Katilce voltou para os braços do marido Gustavo Fonseca, que soube compreender o que havia acontecido no show.

- A gente fica ansioso na hora, mas eu fiquei muito feliz por ela, porque é fã, né? Fã é assim mesmo.

Fonseca havia virado a madrugada na fila para comprar o ingresso, mas não foi ao show e viu tudo pela TV.


Zero Hora - 22 de fevereiro de 2006.
Edição nº 14790

O flagrante


Pegaram o cara no flagrante roubando galinhas de um galinheiro e o levaram para a delegacia.  

Delegado: Que vida mansa, heim, vagabundo? Roubando galinha para ter o que comer sem precisar trabalhar. Vai para a cadeia!

Ladrão: Não era para mim não. Era para vender.

Delegado: Pior, venda de artigo roubado. Concorrência desleal com o comércio estabelecido. Sem-vergonha!

Ladrão: Mas eu vendia mais caro.

Delegado: Mais caro?

Ladrão: Espalhei o boato que as galinhas do galinheiro eram bichadas e as minhas galinhas não. E que as do galinheiro botavam ovos brancos enquanto as minhas botavam ovos marrons.

Delegado: Mas eram as mesmas galinhas, safado.

Ladrão: Os ovos das minhas eu pintava.

Delegado: Que grande pilantra... (mas já havia um certo respeito no tom de voz do delegado...)

Delegado: Ainda bem que tu vai preso. Se o dono do galinheiro te pega...

Ladrão: Já me pegou. Fiz um acerto com ele. Me comprometi a não espalhar mais boato sobre as galinhas dele, e ele se comprometeu a aumentar os preços dos produtos dele para ficarem iguais aos meus. Convidamos outros donos de galinheiro a entrar no nosso esquema. Formamos um oligopólio, ou, nocaso, um ovigopólio.

Delegado: E o que você faz com o lucro do seu negócio?

Ladrão: Especulo com dólar. Invisto alguma coisa no tráfico de drogas. Comprei alguns deputados. Dois ou três ministros. Consegui   exclusividade no suprimento de galinhas e ovos para programas de alimentação do governo e superfaturo os preços.

Nisto o Delegado comenta se a cadeira estava confortável, se ele não queria uma almofada. Depois perguntou:

Delegado: Doutor, não me leve a mal, mas com tudo isso, o senhor não está milionário?

Ladrão: Trilionário. Sem contar o que eu sonego de Imposto de Renda e o que tenho depositado ilegalmente no exterior.

Delegado: E, com tudo isso, sua Senhoria continua roubando galinhas?

Ladrão: Às vezes. Sabe como é

Delegado: Não sei não, Excelência. Me explique.

Ladrão: É que, em todas essas minhas atividades, eu sinto falta de uma coisa. O risco, entende? Daquela sensação de perigo, de estar fazendo uma coisa proibida, da iminência do castigo. Só roubando galinhas eu me sinto  realmente um ladrão, e isso é excitante. Como agora fui preso, finalmente vou para a cadeia. É uma experiência nova.

Delegado: O que é isso, excelência? O senhor não vai ser preso não.

Ladrão: Mas fui pego em flagrante pulando a cerca do galinheiro!

Delegado: Sim. Mas primário, e com esses antecedentes...

21 de fevereiro de 2006

Prefiro...



prefiro...


viver a vida acreditando que TUDO é milagre; e
que absolutamente NADA é coincidência
(a amizade é mais longeva quando sabemos interpretá-la...)


prefiro sorrir de felicidade
e chorar de tanto gargalhar
e acreditar que na vida só
não é efêmera a amizade


prefiro ler um agradável e-mail
a entreter-me num domingo
assistindo a um desses
programas burros da TV


e que cada vez mais
eu saiba "ler" nas entrelinhas
as intenções dos meus amigos
porque família a gente herda,
mas, amigos...
bem...
esses a gente conquista
à duras penas!

É rock’n’roll


U2: Festa do rock no país do carnaval
Junte as mais de 70 mil pessoas que assistiram ao concerto do U2 ontem à noite, no Estádio do Morumbi, e as outras tantas que assistirão ao segundo show hoje, com a platéia de mais de 1,2 milhão de pessoas que ocupou a praia de Copacabana, no sábado, para ver os Rolling Stones, e o resultado é um pequeno milagre: a uma semana do Carnaval, a trilha sonora no Brasil não é samba, axé, frevo ou marchinha: é rock'n'roll.

Primeiro show da turnê brasileira da banda irlandesa foi realizado ontem em São Paulo - consolidando a mais roqueira das temporadas pré-carnavalescas a que o país já assistiu. Esta noite, a maratona de rock ganha mais uma rodada.

No primeiro show da sua turnê brasileira, o U2  mostrou que se preparou bem para fazer sua parte no milagre. As primeiras canções da celebração roqueira comandada por Bono Vox – as energéticas City of  blinding lights, Vertigo e Elevation – deram o tom de reverência da platéia que orientaria as próximas duas horas de festa. 

"– Oi, galera, agora é a nossa vez" – disse Bono, em português, antes da terceira música, referindo-se, provavelmente, ao show dos colegas britânicos no Rio na noite de sábado.

Antes de tocar o sucesso I still haven't found what I am looking for, o irlandês Bono, fã de futebol,  inflou a auto-estima nacional gritando, também em português:

"– Copa do Mundo: vamos ao hexa!"

Em seguida, a platéia se acalmou e o vocalista emendou:

"– U2 é irlandês e Deus é brasileiro."

Um dos pontos altos da apresentação foi ao final de Love, peace or else: Bono vestiu uma bandana com os símbolos do islamismo, do judaísmo e do cristianismo. Na bandana, o crescente, a estrela-de-davi e a cruz compuseram a palavra "coexist" (coexista). Trata-se de um pedido claro de paz entre as religiões e os povos. Em seguida, eles tocaram Sunday, bloody sunday. A música é uma referência aos conflitos entre católicos e protestantes na Irlanda do Norte.

Outro ponto emocionante foi quando o líder do quarteto irlandês chamou um fã para subir ao palco. A cena ocorreu ao final da canção Miss Sarajevo, quando os artigos da Declaração Universal dos Direitos do Homem* começaram a ser passados no telão que fica no fundo do palco.

No final da apresentação de 2h15min – antes da volta para o bis –, o homem que percorre o mundo pedindo ajuda a líderes mundiais para sua luta contra a miséria e pela paz celebrou o Carnaval como a união de todas as classes – ricos e pobres, direita e esquerda – e declarou seu amor pela maior festa popular brasileira.



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* Declaração Universal dos Direitos do Homem (Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III) da  Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948 )

17 de fevereiro de 2006

Bom fim-de-semana!

Só pensando um pouco sobre aproveitar o que dispomos (ou saber mudar), creio que pessoas felizes NÃO são as que têm as melhores coisas. Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.

Há uma reflexão que eu carrego comigo e que diz assim:


"O pessimista reclama do vento;
o otimista espera que o vento mude;
o realista ajusta a vela!"



Aproveite todos os momentos que você tem. E aproveite-os ainda mais, se você tiver alguém com quem compartilhar. Lembre-se que o tempo não espera nada nem ninguém!

Desejo um ótimo fim-de-semana.

Ei pessoal, eimoçada!

"Ei, pessoal
Ei, moçada
O carvaval começa
No Galo da Madrugada!"

Quando retornamos das férias, na segunda quinzena de janeiro, o clima por aqui já era de carnaval. Na ASSINFRA (Assoc. Funcionários da INFARERO), já era possível adquirir as camisetas do Bloco O Cachorro Que Lambeu O Seu. Dias depois, foram as camisetas do Segure o Avião (Bloco oficial da ASSINFRA- RF) que chegaram na área. Também, os ingressos para a prévia de carnaval foram vendidos. André Rio e banda Som da Terra animam a prévia do bloco Segure o Avião, formado por funcionários do Aeroporto Guararapes. E assim foi o mês de janeiro e fevereiro: prévias carnavelaescas rolando por toda a cidade. As melhores são as de Olinda, nas suas charmosas ladeiras. E o roteiro agora já está definido:

- Amanhã (18/fev) é a vez do O Cachorro Que Lambeu O Seu mostrar a que veio. E nós estaremos lá, com certeza! O Jardim Atlântico de Olinda vai parar para cair na folia!

- Animação confirmada também para a próxima quinta-feira, quando será a vez do nosso Bloco (ASSINFRA) brincar pelas ruas do centro histórico do Recife Antigo. É o Segure o Avião abalando geral na Rua da moeda!

- No sábado... bem, o sábado é só o começo do carnaval, não é mesmo? E aí meus amigos se espalham. A galera se pulveriza entre os mais de 2 milhões de foliões que participam do GALO DA MADRUGADA! Eu já estou de camarote reservado!

Só de Sacanagem


Meu coração está aos pulos!

Quantas vezes minha esperança será posta à prova? Por quantas provas terá ela que passar?

Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro - do meu dinheiro -, que reservo duramente para educar os meninos mais pobres que eu, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais. Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais. Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova? Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?

É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz. Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e dos justos que os recederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filhinha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar. Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha ouvido falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.

Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar. Só de sacanagem!

Dirão:
- "Deixa de ser boba! Desde Cabral que aqui todo o mundo rouba."

E eu vou dizer:
- Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau.

Dirão:
- "É inútil! Todo o mundo aqui é corrupto; desde o primeiro homem que veio de Portugal".

Eu direi:
- Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito, ouviram? IMORTAL! Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!


Texto bacana recitado pela Ana Carolina no DVD Ana & Jorge,
que ela gravou com o Seu Jorge.

16 de fevereiro de 2006

de ESQUERDA ou DIREITA?


Uma universitária cursava o sexto semestre da Faculdade. Como é comum no meio universitário, pensava que era de esquerda e estava a favor da distribuição da riqueza. Tinha vergonha que o seu pai fosse de direita e, portanto, contrário aos programas socialistas e seus projetos de lei que davam benefícios aos que não mereciam e impostos mais altos para os que tinham maiores ingressos de dinheiro. A maioria dos seus professores tinha afirmado que a filosofia dele era equivocada.

Por tudo isso, um dia, decidiu enfrentar o pai.

Falou com ele sobre o materialismo histórico e a dialética de Marx, procurando mostrar que ele estava errado ao defender um sistema tão injusto como o da direita.

No meio da conversa o pai perguntou:
- Como vão as aulas?
- Vão bem - respondeu ela. A média das minhas notas é 9, mas me custa muito trabalho. Não tenho vida social, durmo pouco, mas vou em frente.

O pai prosseguiu:
- E a tua amiga Sonia, como vai?

Ela respondeu com muita segurança:
- Muito mal. A média dela é 3, principalmente porque passa os dias em shoppings e em festas. Pouco estuda e algumas vezes nem sequer vai às aulas. Com certeza, repetirá o semestre.

O pai, olhando nos olhos da filha, aconselhou:
- Que tal se você sugerisse aos professores ou ao coordenador do curso para que sejam transferidos 3 pontos das suas notas para as da Sonia? Com isso, vocês duas teriam a mesma média. Não seria um bom resultado para você, mas convenhamos, seria uma boa e democrática distribuição de notas para permitir a futura aprovação de vocês duas.

A filha indignada retrucou:
- Tá louco pai?! Eu trabalhei muito para conseguir as notas que tive, enquanto a Sonia buscava o lado fácil da vida. Não acho justo que todo o trabalho que tive seja, simplesmente, dado a outra pessoa.

O pai da jovem então abraçou-a e, carinhosamente, disse:

- Minha filha, bem-vinda à direita!

14 de fevereiro de 2006

O teu riso


À menina de olhos azul-neon;
- de sorriso fácil -
por quem eu me apaixonei assim...
de primeira!


Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

(...)

Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.

..:: Pablo Neruda

poeta chileno
Prêmio Nobel de Literatura, 1971

8 de fevereiro de 2006

Quilo deFeijão


Meu Deus mas para que tanto dinheiro
Dinheiro só pra gastar
Que saudade tenho do tempo de outrora
Que vida que eu levo agora
Já me sinto esgotado
E cansado de penar, meu Deus
Sem haver solução
De que me serve um saco cheio de dinheiro
Pra comprar um quilo de feijão
Me diga gente
De que me serve um saco cheio de dinheiro
Pra comprar um quilo de feijão
No tempo dos "derréis" e do vintém
Se vivia muito bem, sem haver reclamação
Eu ia no armazém do seu Manoel com um tostão
Trazia um quilo de feijão

Depois que inventaram o tal cruzeiro
Eu trago um embrulhinho na mão
E deixo um saco de dinheiro
Ai, ai, meu Deus

Flor da Pele


Meu Pontinho
Nessas férias não podia faltar uma voltinha pelo centrinho de Capão. Vi que muita coisa melhorou. A arquitetura de Capão continua sendo de vanguarda. Muita novidade e muita gente diferente... mas, paradoxalmente, para mim, nada mudou. Parece que mudaram as caras, brinquedos infantis e as maquiagens das patricinhas. Mudaram as pessoas apenas. Mas as pessoas não mudaram. Aliás, as pessoas SE mudaram, mas aquela piazada que sempre orbitou as ruas do centrinho continuam por lá.

Os interesses mudaram, mas as vontades parece que ainda são as mesmas. "Bem no fundo todo mundo quer zoar." E, por incrível que pareça, as opções de diversão ainda são as mesmas da década de 70: sorvete, lojinhas na calçada, camelódromo e barzinho.

Realmente, em Capão, o comércio apenas mudou de mãos. E meus amigos casaram. O resto tá igual.

Nessas férias, o Matuza (ou Matusa?) ainda era a melhor opção, como ele mesmo sempre diz: "todos os dias, no bar Meu Pontinho, sempre mais ou menos depois da meia-noite." Não podia faltar um Zeca Baleiro em homenagem ao casal de Recife...

Tudo igual. Curtimos umas noites assim, vendo os adolescentes exibindo seus novos acessórios e as antigas crianças bem crescidas... com carrinhos de verdade.


Flor da Pele
(trechos) - Zeca Baleiro

Ando tão à flor da pele,
Que teu olhar flor na janela me faz morrer,

Um barco sem porto,
Sem rumo,
Sem vela,
Cavalo sem sela,
Um bicho solto,
Um cão sem dono,
Um menino,
Um bandido,
Às vezes me preservo noutras suicido.

... Eu não preciso de muito dinheiro graças a deus
... Mas vou tomar aquele velho navio,
Aquele velho navio.

PCCS


... de quê adianta ser funcionário "orgânico",
quando os terceirizados são "sintéticos"
e a Empresa é "biodegradante"?

7 de fevereiro de 2006

Churrasco noRincão do Céu


Buenas pessoal,
 
Tá chegando a hora de termos mais um dia agradável no Rincão do Céu, no domingo dia 12/02 a partir das 10 horas, esperamos todos para que possamos ouvir nossas músicas, conversar e claro saborear o nosso tradicional churrasco.
 
Para este dia teremos algumas novidades: o departamento de esportes realizará uma oficina de TRUCO, para que todos possam aprender a jogar este tão tradicional carteado de nossa terra e para os que querem aprender a fazer um arroz de carreteiro, haverá uma oficina organizada pelo departamento cultural, prendas de faixa e peão farroupilha. Esta é uma forma de conhecer mais sobre a cultura e hábitos do RS e para que tenhamos um entretenimento e momento de integração.

O pessoal do CTG Saudade da Querência de João Pessoa / PB, prometeu prestigiar este evento! E para os que tiverem o interesse de dar um "pulo" no Centro Gaúcho da Bahia estamos tentando locar uma van, para prestigiarmos a posse da nova patronagem e o baile que eles vão realizar neste sábado 04/02. Interessados entrar em contato. Agindo desta forma vamos ajudar a ativar a UTGN (União Tradicionalista dos Gaúchos do Nordeste).

Os valores para o churrasco permanecem os mesmos:

    Criança:        R$ 7,00
    Sócio:        R$ 10,00
    Não-sócio:        R$ 12,00
 

Um grande abraço a todos
e até o dia 12!


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Como chegar no Rincão do Céu:
Saindo do Recife, ir em direção a BR101 norte. Após o município de Abreu e Lima, procurar o acesso para o Hotel Gavoa, entrar à direita em direção ao Hotel Gavoa. São 8km de asfalto até o hotel. Após o hotel a pista é de paralepípedo. Aos 9Km, depois de passar a segunda lombada, entre à direita (referência: COMPESA). Suba até o alto do morro, entrando à esquerda nas duas bifurcações existentes. No alto do morro a pista é de terra (observe a vista). Siga até o final da estrada e você encontrará a porteira do Rincão do Céu. São exatamente 10Km da BR até a propriedade que fica na Colina 77.
 

Visite o site do CTG: www.ctgrecife.hpg.ig.com.br

6 de fevereiro de 2006

Quemé o Bebê?


Lula vai à Inglaterra visitar a Rainha. Ele a homenageia, troca presentes com ela e lhe pergunta:

- Senhora rainha, como você consegue escolher ministros tão maravilhosos?

Ela lhe responde:

- É fácil, senhor presidente, eu apenas faço uma pergunta inteligente e, se a pessoa conseguir responder, é porque ela é capacitada para ser ministro. Quer ver? Eu vou lhe dar um exemplo. A rainha pega o telefone, liga para Tony Blair e lhe pergunta:

- Tony, seu pai e sua mãe têm um bebê, e ele não é seu irmão nem sua irmã, então quem ele é?

O ministro pensa, pensa, e então responde:

- Senhora rainha, esse bebê sou eu.

Ela diz que a resposta está certa, agradece e desliga o telefone, falando para Lula:

- Viu só? Ele merece ser ministro...

Lula, maravilhado, volta para o Brasil, chama seu (ex) ministro José Dirceu e lhe pergunta:

- Senhor José, seu pai e sua mãe têm um filho, ele não é seu irmão nem sua irmã, então quem é ele?

O ministro pensa, pensa, então lhe fala:

- Senhor presidente, eu vou consultar meus assessores e lhe trago a resposta.

Vai para a sala de seus assessores e lhes cobra a resposta, dizendo para irem rápido que o presidente está esperando. Nenhum sabe a resposta, então um deles lhe diz para consultar a equipe de base, que está mais ligada ao povo, que eles devem saber essas coisas.

Seguindo o conselho, ele liga para a equipe de base e lhes faz a mesma pergunta. Eles também não souberam responder e disseram para o ministro perguntar para o ex-presidente Fernando Henrique, dizendo que ele é muito inteligente e que saberia responder a essa pergunta.

Então, José Dirceu liga para o ex-presidente e lhe pergunta:

- Fernando Henrique, aqui é o ministro José Dirceu, eu tenho uma pergunta para você. Se seu pai e sua mãe têm um bebê e esse bebê não é seu irmão nem sua irmã, então quem é esse bebê?

O ex-presidente pensa e lhe responde:

- Ora senhor ministro, é lógico que esse bebê sou eu.

O ministro lhe agradece, desliga o telefone e vai correndo contar para Lula a resposta da pergunta.

Chegando na sala do presidente, vai logo falando:

- Se meu pai e minha mãe tem um bebê e esse bebê não é meu irmão nem minha irmã, é lógico que ele só pode ser o Fernando Henrique.

Então, Lula dá uma grande risada e diz:

- Agora eu te peguei, sua resposta está completamente errada... O bebê é o Tony Blair.

2 de fevereiro de 2006

De cara lavada...é da Martha

Há muito tempo amo o que a Martha Medeiros escreve. Foi na Feira do Livro de Porto Alegre de 2000 que eu a conheci (pessoalmente), mas já era fã dela há tempo. Daqueles que sempre lê o Segundo Caderno e começa de traz para frente.

Mas aquela Feira foi especial. Lembro bem daquele dia de primavera. A Rádio Atlântida montou um estúdio para transmitir ao vivo o Programa Y, e ela foi entrevistada por Gerson Pont, Márcio Paz, Eron Dalmolin e Thadeu Malta (nem sei se esse programa ainda existe ou se esses caras ainda estão juntos. Eu não perdia o Programa 'Ypsilone' nem por decreto!).

Diazinho frio aquele
Dia cinza. Eu de férias do quartel, mas não podia sair de Porto Alegre porque a PUC não estava de férias. Nada para fazer de dia, e preso pela faculdade à noite. Fiquei em Porto caçando o que fazer. Putz, lembro que convidei a Michelona para ir comigo (carinha ousado eu, e se colasse? Mas, isso é outra história, hehehe). Como dito, foi um dia para se lembrar. Vi uns atores globais também, mas não esqueço das barbadas: muito livro de Direito barato! Tudo muito barato, e eu comprei mais uns Códigos que me faltavam.

Ô fasezinha complicada
No quartel as coisas começaram a se complicar. O Ten OZÓRIO pegou no meu pé. Eu andarilho na vida. Eu vagueando, sem saber para onde... Eu não sabia que eu era um sepulcro caiado: lindo por fora, mas podre por dentro.

Mas, DEUS sabia...
ELE cuidava de mim desde aquela época. Aliás, ele estava mudando a minha história, e eu não sabia ainda que iria ser tão profunda a mudança... mas, foi. Muita coisa mudou de lá prá cá, e só eu sei o quanto caminhei prá chegar até aqui...

1 de fevereiro de 2006

De Cara Lavada


De cara lavada
                                Martha Medeiros

hoje me desfiz dos meus bens
vendi o sofá cujo tecido desenhei
e a mesa de jantar onde fizemos planos

o quadro que fica atrás do bar
rifei junto com algumas quinquilharias
da época em que nos juntamos

a tevê e o aparelho de som
foram adquiridos pela vizinha
testemunha do quanto erramos

a cama doei para um asilo
sem olhar pra trás e lembrar
do que ali inventamos

aquele cinzeiro de cobre
foi de brinde com os cristais
e as plantas que não regamos

coube tudo num caminhão de mudança
até a dor que não soubemos curar
mas que um dia vamos

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