21 de março de 2009

O próximo gigante do petróleo?

Nos últimos dois anos, o Brasil fez as maiores descobertas de petróleo da sua história e as maiores do mundo, desde as descobertas do Cazaquistão em 2000. O país pode se tornar um importante exportador, mas existem difíceis obstáculos técnicos e financeiros a serem enfrentados.

A primeira descoberta foi o campo de Tupi, em novembro de 2007. Depois vieram Júpiter e outras. A Agência Nacional de Petróleo estima o total das reservas da Bacia de Santos em 80 bilhões de barris.

Os problemas de ordem financeira são dois: o primeiro é o atual nível baixo dos preços do petróleo, que pode tornar o investimento pouco atraente. O segundo é que o mercado financeiro internacional está quase fechado, com a crise, e vai ser difícil a Petrobras conseguir levantar o dinheiro necessário para os investimentos. Estima-se que cada poço custe entre US$100 e 150 milhões, e só o campo de Tupi pode precisar de 200 poços. O total a ser investido em Tupi até o fim da vida útil do reservatório pode atingir US$ 600 bilhões.

Do lado técnico, os problemas não são menores. Embora a Petrobras seja considerada uma das melhores produtoras em águas profundas, desta vez o desafio é maior. O óleo está 4000 metros abaixo do solo, e uma parte dessa distância é uma camada de sal, em vez de rocha.

Além da enorme profundidade, existe o problema de que, enquanto a rocha tende a permanecer estável, o sal pode desmoronar e desmanchar o furo feito pelas brocas. Não existe no mundo experiência em prospectar petróleo nessas condições, e os custos e atrasos são imprevisíveis.

Se é verdade o velho brocado que diz que "é na crise que as oportunidades aparecem", então, "nunca na história deste país" estivemos tão perto de alavancar o nosso crescimento.

Quem viver verá.

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