26 de outubro de 2006

Michel Maffesoli, sociólogo da pós-modernidade

O Sociólogo francês, professor titular da cadeira Emile Durkheim na Sorbonne, Michel Maffesoli brindou-nos ontem à noite na UNIVALI em palestra dirigida à pós-graduação do Direito e das Ciências Sociais...

- "Epistemê" - explica, fazendo questão da pronúncia em francês. Um dos mais importantes pensadores da pós-modernidade, vem contribuindo para a integração, no pensamento racional cartesiano dominante, de parâmetros humanos como o onirismo, o lúdico e o imaginário, criando assim a idéia de razão sensível.

Com a expressão provocadora “as cidades contemporâneas são povoadas por tribos”, defendeu que, na sua pluralidade de origens e comportamentos, as sociedades não nascem da redução da diversidade a um elemento centralizador único, mas da conjunção de elementos díspares. O zen, o candomblé e valores africanos, por exemplo, estão presentes nas ações do cotidiano da sociedade pós-moderna: na maneira de vestir, de festejar, de se alimentar etc.

Característica da pós-modernidade, a lógica da conjunção para unicidade é algo que vivemos, embora a intelligentsia – acadêmicos, políticos, imprensa – ou seja, os que têm o poder de dizer e fazer, permaneçam dominados pelo pensamento racional moderno.

"A pós-modernidade não se fundamenta em distinções precisas e simples, mas em uma complexidade que integra tudo e seu contrário, inclusive esse paradoxo" - rebateu ao ser questionado sobre quem seriam os agentes passivos e ativos da transição para a pós-modernidade.

O seu último livro A Parte do Diabo – Resumo da Subversão Pós-Moderna (Record, 2004) trata da compensação entre bem e mal, ambos presentes e necessários para as sociedades construírem seu equilíbrio. A dicotomia bem/mal seria tão somente um produto da sociedade moderna racionalista.

Não deu nem prá piscar!


Outros livros de Michel Maffesoli traduzidos e publicados no Brasil:
A conquista do presente (Rocco, 1984)

O tempo das tribos (Forense, 1987)
A transfiguração do político (Sulina, 1997)
Sobre o nomadismo (Record, 2001)

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