"Acabou aquela história de escrever palavrão nas paredes dos mictórios públicos. Blogueia-se, ao invés". O autor da analogia é Ivan Lessa, em sua coluna na BBC. Pergunto: como é que alguém pode continuar a bloguear depois disso? Pergunto também: como é que alguém pode continuar a podcastear? Os blogs morreram. Os podcasts morreram. É melhor fechar a braguilha e fugir envergonhado desse ambiente escatológico, degradante.
Ivan Lessa associa os blogueiros "àqueles tipos estranhos, infelizes e solitários, que escreviam para os jornais e revistas parabenizando pela reportagem ou indignados com a permanência na equipe do colunista Fulano de Tal". Eu já fui esse colunista Fulano de Tal. Com o tempo, os blogueiros - esses tipos estranhos -, acabaram se acostumando comigo. E passaram a reagir indignadamente à permanência na equipe de outros colunistas Fulanos de Tal.
O mais recente é Vinicius Torres Freire, colunista Fulano de Tal da Folha Online. Num artigo, ele acusou Lula de racismo, por ter declarado que, no Brasil, a "mistura de europeu, índio e negro permitiu que nascesse um povo mais criativo, mais esperto do que a média". A frase de Lula é racista. Vinicius Torres Freire está certo. Independentemente disso, ele foi coberto de insultos por parte dos blogueiros lulistas, que o atacaram por ser "paulista", "da elite branca", do "partido da imprensa golpista" e da "Opus Dei". Disseram também que ele tinha "ódio dos pobres". Até outro dia, essas ofensas eram dirigidas apenas a Reinaldo Azevedo e a mim. Agora elas se espalharam, para desespero de Vinicius Torres Freire, que certamente tem uma tremenda ojeriza a ser visto em nossa companhia.
por Diogo Mainardi
VEJA.Com - PODCAST (Editora Abril S.A.)
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