14 de setembro de 2005

Tecnologia pura...


- Bom dia compadre!
- Bom dia!
- Me conta compadre, como é que foi a chuva por lá?
- Bah, compadre! Foi coisa feia. Muito granizo. Perdi toda minha lavoura de fumo.
- Que coisa mais triste compadre! Eu por aqui tive um prejuízo danado, perdi toda minha lavoura de milho e mais a granja dos frangos que ficou toda furada. Morreram pra mais de mil pintos.
- O estrago foi muito feio, compadre...
- É! Com toda esta tecnologia, nos ainda dependemos da sorte para mantermos nossas culturas.
- E quem é que pode contra a natureza, compadre? Não viu lá nos Estados Unidos, país rico, cheio de recursos, o estrago que deu?
- Contra as forças de Deus não há tecnologia que dê jeito, compadre!
- E por falar em tecnologia, o amigo sabia que a Chiquinha, filha do compadre Anselmo, engravidou?
- Não sabia não compadre! Mas como?! Se a guria não tinha nem namorado?
- Não tinha mesmo!
- Então como é que foi pegar barriga, ora?
- Compadre Anselmo me disse que foi esta tal de internet!
- Ué! Mas pode?
- Acho que sim. Esta internet é poderosa! Noutro dia ouvi no rádio que lá em São Paulo roubaram até um banco...
- Pois eu ouvi também!
- E se assaltam um banco, como não haveriam de fazer um filho, que é coisa muito mais simples?
- É compadre, acho que é possível mesmo!
- Minha esposa, a Maria, queria porque queria que eu comprasse pra nós, um destes computadores, mas acho que não vou comprá-lo não, vai que ela também engravida e nasça por lá um guri com os olhinhos puxados? Como é que eu vou explicar para os vizinhos?
- É! Vai ser difícil explicar mesmo.
- É melhor nós vivermos na ignorância do que mal falados!
- Ah, isto é mesmo.
- Até mais ver, compadre!
- Até mais ver!
 

Sérgio Luís da Silva Vargas

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